sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Orange dream




Acordou as 3 horas da manhã! Levantou-se esbaforidamente, nem ao menos tirou o pijama e saiu.
O estrondo da porta acordou a vizinhança toda. As janelas das casas iluminavam-se de curiosidade e logo voltavam a escurecer.

Beatriz corria pelas ruas escuras e úmidas pelo orvalho. Sentia a adrenalina como um ácido correndo em suas veias.

Clandestinamente, entrou na fábrica de tintas que ficava no final na rua. Burlou o sistema de segurança, correu pelos corredores até encontrar a sala onde estavam os tanques de mistura de cores.

Sem pensar duas vezes, Beatriz correu pela pequena escada que levava até o topo do tanque de tinta laranja, e, após olhar com um sorriso satisfeito no rosto por alguns segundos, mergulhou dentro dele.

Nadou esquisitamente durante alguns minutos, colocou a escada por dentro do tanque, saiu de dentro dele. Torceu seus longos cabelos para que a tinta escorresse e saiu da fábrica deixando pegadas cor de laranja por todo o trajeto de retorno para sua casa, onde voltou a dormir profundamente.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

1:00 a.m. "Alô?"

Ok... Entendo-me quando simpatizo com alguém... As vezes as pessoas são tão parecidas comigo, ou pelo menos tem muitas características que eu aprecio ou tenho vontade (mas não coragem) de ter, que me sinto na obrigação de me relacionar com elas.

Sinceridade excessiva, uma ligeira grosseria, um foda-se para a opinião alheia... A maioria das pessoas com as quais me relaciono precisam ter pelo menos uma dessas características (entre outras, não citadas).

Ultimamente tenho encontrado pessoas que, incrivelmente, tem praticamente todas as características que procuro numa amizade...


Ele é uma delas... Nos demos bem de primeira, temos pensamentos parecidos, apesar de idades bem diferentes... "O santo bateu", como diria minha mãe. Viramos amigos logo, sentia falta de conversar com ele... Gosto de quem pensa como eu. As conversar fluem. É uma ótima companhia.

Mas odeio discutir com essas pessoas... As características fortes que procuro e gosto, acabam se voltando contra mim... Uma ligação de madrugada, uma resposta mal interpretada, TODA a 'ligeira grosseria' vomitada...

Amigos não deveriam entender? Ser compreensivos? Ou pelo menos OUVIR o que o outro tem a dizer?

Se me conheço bem, esse incidente de madrugada vai influenciar no dia todo...

E se o conheço bem, ele não vai ligar mais mesmo...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Aquele Recanto

Sinto, mas não entendo... Não sei o nome e nem o motivo pelo qual sinto.
Sentimento em relação a um lugar... Um emprego... Uma 'profissão'... Um prazer?

Trabalhei um ano em um lugar LINDO...

...fazendo uma coisa que eu amo! Conheci muitas pessoas. Algumas poucas que fizeram diferença na minha vida e até hoje são importantíssimas...


...mas se mantêm distantes pela falta de disponibilidade de ambos os lados... Ganhava (muito) pouco, precisava viajar 4 horas de ônibus pra ir e mais 4 horas pra voltar, passava muitos - se não todos - fins de semana longe de casa... Mas era meu MAIOR prazer! Eu AMAVA aquilo! Me fazia bem!

Problemas em casa, aqui, ali... Envolvimentos com pessoas erradas... Algumas cagadas da minha parte... Me afastei.

Estou trabalhando com outra coisa que, com certeza me rende mais dinheiro e me garante um futuro mas não me faz tão feliz quanto o outro lugar fazia...

Vejo fotos antigas, fotos de como o lugar está agora, sinto uma coisa... Não consigo explicar... Uma espécie de nostalgia, com arrependimento, com saudade...

...e eu daria TUDO pra poder voltar pra lá.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Amordaçados

Se eu fosse uma cantora , cantaria hinos que mobilizazem.
Se eu fosse uma jornalista , seria tendenciosa esquedista e revolucionária.
Se eu fosse uma universitária, seria a aglutinadora das massas que estariam jogando ovos podres nos senadores.
De que vale o acesso às massas se utilizados para se lamentar sobre suas "razões e emoções" pessoais?
Blogueiros, cantores, jornalistas, poetas, digam o que as pessoas precisam ouvir. Tirem as multidões desta hipnose coletiva.
Nada vai bem. Tem muita gente com fome, sendo espetada com agulhas, desviando o dinheiro dos impostos.
Nem virar pizza vira mais... agora é panettone...
Onde estão as FARB (Forças Armadas Revolucionárias do Brasil)?????

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Fábrica de bonecas padronizadas

Entre milhares de tragédias que os jornais fazem questão de mostrar todos os dias (além de dar um pequeno toque de exagero), hoje uma em especial me chamou atenção. Nada de muito raro e nem diferente do que vemos normalmente. Com certeza todos já viram uma ou duas notícias de mortes por cirurgas plásticas.

Sempre me vem a dúvida na cabeça e uma espécie de revolta: pra QUÊ se submeter a isso? Quando se trata de uma cirurgia médica, para ser curado de uma doença, ou evitá-la, faz todo o sentido. Mas julgo como ignorância se submeter a tamanha 'auto-agressão' por simplesmente esperar ser mais admirada pelo sexo oposto e invejada pela mulherada.

Fico PUTA com esses padrões impostos, essas modelos anoréxicas que acabam servindo mesmo como "modelo" para as mulheres, que passam a achar que só serão amadas/notadas/paqueradas/xavecadas ou o que quer que estas procurem, se tiverem o corpo igual ao da todapoderosa Gisele Bündchen.

Acho justo malhar e regular a alimentação para manter o corpo em forma, por exemplo. Mais por saúde, do que por estética.

Porém, como consequência dessa procura alucinada pelo tão desejado "corpo perfeito", as academias viraram um centro de exibicionismo master. Mulheres com minitops, minishorts ou calças hiperapertadas e os homens com o máximo de músculos exposto fazendo poses, caras e bocas.
Mais ou menos como as penas do pavão ou o cheiro exalado por algumas espécies animais para atrair o sexo oposto.

Podem achar que tudo isso é natural, instintivo, mas eu continuo achando tudo uma perda de tempo!

Mulheres com celulite, barriga, estrias, peitos des-siliconados... Mulheres de verdade! ¬¬


(Texto de 10 de janeiro de 2010)

Minha própria companhia

Odiava fazer as coisas sozinha. Insistia loucamente para que minha irmã fosse comigo ao centro da cidade, ou para que algum amigo fosse comigo ao banco... Sei lá... Não gostava de estar sozinha. Mais por medo, do que por outra coisa.

Sempre fui meio apavorada com as pessoas. Desconfiava de olhares mais longos, atravessava a rua ao me deparar com qualquer característica que eu julgasse suspeita, andava olhando para trás para ter certeza de que não havia alguém me perseguindo.
Ok... assumo que não só por medo. Tinha também  um poquinho  bastante carência.

Enfim... se não arrumasse uma companhia eu simplesmente não fazia o que eu tinha pra fazer. Deixava pra outro dia. Ficava dependendo da disponibilidade dos outros.

Há alguns dias resolvi meter o foda-se parar de ficar dependendo disso. Meti o foda-se mesmo (não deu pra evitar) e deixei de lado meus medos e minha carência e fui fazer as coisas que eu tinha pra fazer. Parei de esperar por companhia pra voltar da faculdade, parei de implorar para que os outros me acompanhassem...
E adivinhem quem eu acabei conhecendo?
Minha nova melhor amiga!

EU!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Corre que dá tempo!

Parada, após 12 horas de trabalho.

Forças apenas para digitar, para poder esvaziar o cérebro, que está transbordando de pensamentos.

Ouço o som verde limão congelante do meu idoso computador, que já completa 103 anos... Está gritando por uma eutanásia! Ele não aguenta mais viver. Mas eu gosto de vê-lo sofrendo diariamente. As vezes ele desmaia. Simplesmente apaga, sem aviso prévio. Mas faço uma reanimação nele, e fica tudo certo (apesar de ele continuar gritando).

Me vem uma imagem de um morango gigante, sendo mergulhado num mar de calda de chocolate... Mas isso não tem nada a ver com o que estava pensando anteriormente.

Na verdade, o que é felicidade? Será que alguém já teve a sensação de que essa tal dessa felicidade está sempre fugindo. E depois de alguns segundos de pensamento descobriu que, na realidade, ela está correndo esbaforidamente atrás de você, que é real o fugitivo da história?

Vou desacelerar o passo... Acho que assim ela me alcança.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sobre falatórios x atitude

Os seres humanos são estranhos... Talvez nem todos... Talvez seja cultural... Talvez sejam coisas da minha cabeça, também...

Bom, indo direto ao ponto: Eu não consigo entender as pessoas as vezes! Por que elas dizem coisas e suas atitudes mostram outras? Por que as pessoas não podem ser sinceras 100% do tempo?

Diga, PORRA! Diga o que você sente! Por mais que isso ofenda a pessoa, por mais que isso a afaste, e por mais que isso estrague seus planos de se aproveitar dela de alguma forma futuramente... Simplesmente DIGA!

Tudo seria mais simples se não tivéssemos que ficar interpretando joguinhos deturpados... Aquele 'vai-não-vai,' 'quer-não-quer!'

E o pior! As pessas que mais dizem ser sinceras, direto ao ponto, que falam tudo o que pensam sem deixar a opinião alheia influenciar, são as que mais fazem isso... Escondem pensamentos... Falam, falam, mas nas atitudes? NADA!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Festas Natalinas



Sinceramente? Odeio o Natal!

Primeiro, que não acredito na história de como originou-se.


Odeio não conseguir andar na cidade pois, TODOS os habitantes estão atrás de presentes. TUDO está lotado! O shopping está lotado, as lojas estão lotadas, as ruas estão lotadas, os banheiros também...


Depois que é uma festa em que você é obrigado a gastar todo o dinheiro que sobrou do ano todo com presentes para os seus 329847 parentes, amigos, vizinhos, colegas, chefes, empregados, cachorros e por aí vai. Além dos 10 amigos secretos que você é comunicado de que está participando:


"Oi Lu, tudo bem? Então... Ontem nós sorteamos o amigo secreto. Como você foi embora cedo, este aqui é seu papelzinho!"

Fora que, o ano inteiro, todos falaram mal de você, da sua roupa, da criação que você dá pros seus filhos, contaram todos os palavrões que você disse e fizeram questão de espalhar para o mundo o quanto você é mau educada entre outras picuinhas e, no Natal, finge-se um espírito de perdão, fraternidade e união que dura até o dia 25 de manhã que é quando, depois da reunião de família, todos comentam sobre aquele vestido ridículo que a tia Marta usava, e o decote absurdo da prima Renata, e o quanto aquela mulher do sobrinho da tia avó da sua prima bebeu etc.

Festa de falsidade, gastos asburdos de dinheiro e convivência obrigada com todos os seus parentes distantes-chatos.

Enfim!
Feliz Natal pra todos vocês! (Y)