segunda-feira, 28 de março de 2011

Neon


Acostumamos com o barulho. Falamos mais alto tentando superar a voz de quem está ao redor.
Locais públicos têm um burburinho característico que nem notamos mais. 
Mistura de conversas e tons de vozes que só percebemos em momentos de total distração e concentração ao mesmo tempo. 
Mesmo estando naquele local ha horas é muito difícil notar.
Um flash se acende e BUM! Borbulhão de vozes, conversas, assuntos, emoções.
Onde você está agora?
Não está silêncio.
Tinha percebido?
Tem algum barulho aí.
Da rua, de conversas, do seu computador.
Ao fechar os olhos, todos os sons se misturam e é possível enxergá-los como diversas luzes de neon.

terça-feira, 22 de março de 2011

O dia que acordei odiando o amor!

Sentimentos. Ao contrário do que pensamos, todos eles são ruins. Não há sentimentos totalmente bons.

"Amor". Acho que foi dado um nome bem generalizado apenas para facilitar o entendimento pois, afinal de contas, existem milhares de tipos de amor. Cada pessoa que eu digo/disse que amo desperta um sentimento totalmente diferente em mim.

Quem disse que o que você sente pelos seus pais é o mesmo que você sente pelo seu parceiro?
E o que você diz sentir pelo seu irmão é o mesmo que você sente pelo seu filho?
Claro que não! Quem inventou de dar um nome só para 30 sentimentos diferentes?

Enfim... a revolta do dia não é da definição de amor, e sim de como esta MERDA deste sentimento, seja por quem for, te faz sofrer.
Paremos de ser ingênuos e acreditar que amor é um sentimento lindo! Só nos traz balões coloridos, frases com palavras floridas, chuvas de diamantes e pétalas de rosas.

Essa PORRA desse 'amor', no final das contas, só nos faz sofrer. Queremos agradar, fazemos de tudo para não decepcionar a pessoa amada e, quando tudo dá errado (e sempre dá) vem o tsunami de culpa, ódio, decepção.
Temos vontade de colocar a vontade do outro acima da nossa só para vê-lo feliz, apesar de estar indo para o caminho oposto do qual gostaria de estar indo!

Amor! Seja lá o que você signifique... Eu odeio você! E isso eu sei bem o que significa!

segunda-feira, 14 de março de 2011

O truque do ano

O palhaço do pirulito. Um ser bizarro. Maquiagem pesada e fantasia de palhaço velha e engordurada. Te entrega um pirulito, estende a mão com um papel.

- O pirulito é presente? - Pergunto.

Confirma com a cabeça que sim. Pego o papel e leio:

"Somos um grupo de teatro que ajuda uma instituição de crianças doentes. Se puder ajudar:


    R$2,00 Bom!            R$ 5,00 Muito bom!             R$10,00 Excelente!"

Mas que porra é essa?

Devolvi o papel e fiquei com os dois pirulitos. Assim que o semáforo ficou verde e os carros começaram a andar, ele disse:

- Da próxima vez eu sei que você vai me dar mil reais.


Ri. Abri o pirulito, e o comi.

Só depois disso me dei conta do plano malígno do palhaço.

No pirulito, há uma espécie de droga que te vicia sem que você perceba.
Assim, da próxima vez que você passar naquele semáforo, vai sentir necessidade daquele pirulito novamente.
Vai pedir e, desta vez, ele vai cobrar pra te dar o pirulito.
Você, viciado, vai comprar. Mesmo que ele cobre MIL REAIS.
Em algumas semanas, você estará pintado de palhaço no semáforo vendendo pirulitos!

Que mágico!

Plim!

domingo, 13 de março de 2011

À flor da pele

O dia corria normalmente. O ínicio de dor de garganta me irritava. Me irritava ainda mais o fato de estar ali e ter que trabalhar naquele estado de "quase gripe". Mas essa situação não era suficiente para me tirar do sério, mas já me deixava vulnerável.

Aquela fragilidade tornou eventos que seriam insignificantes em bombas atômicas dentro de mim!

As 20h já estava à flor da pele! Sentia ódio MORTAL de tudo! Reagia instintivamente com mordidas e rosnadas a todos ao meu redor.

Fazia tempo que não sentia o ódio tão intenso assim.

domingo, 6 de março de 2011

Putinha

Sempre gostei de filmes brasileiros. Discordo da opinião da maioria a respeito destes. Acho muito bom valorizar o cinema do nosso país, além de achá-los muito mais interessantes e divertidos do que muitos daqueles filminhos Hollywoodianos.

Hoje fui ver Bruna Surfistinha.
Claro que todos já, ao menos, ouviram falar dela mas confesso que, apesar de todo aquele sucesso inicial do livro, do blog e de tudo mais, nunca tive muito interesse em conhecer sua história. Fui ver o filme mais por ser brasileiro, com a Deborah Secco, uma atriz que eu acho muito foda, do que por ser a história da putinha do livro com nome estranho.

Enfim... Lá fui eu, bem acompanhada assistir o filme da puthiiiinha mais famosa do Brasil.
Como já disse em textos antigos, não tenho NENHUM tipo de preconceito com o trabalho de prostitutas. Muito pelo contrário! Sou totalmente a favor. Acho que cada um tem consciência do que faz. Acho inclusive muito interessante os diversos motivos pelos quais as meninas/mulheres escolhem essa profissão (sim, acho que se trata de uma profissão) e as histórias de vida das mesmas. Mais um motivo para me deixar curiosa para assistir.

Muito boooom o filme. Claro que com muitas cenas de sexo explícito, mas não achei que isso baixou o nível do filme e nem o transformou em um "pornôzinho". Num filme da vida de uma prostituta seria até hiprocrisia evitar cenas de sexo.

Porém, fiquei com uma dúvida no pensamento: será que este filme que mostra a vida de uma garota de programa desde o início e que dá uma visão de uma outra perspectiva, vai aumentar o preconceito que já existe, ou vai abrir a cabeça fechada e hipocritamente puritana das pessoas?

Será que só o fato de o filme da história dela estar sendo exibido no país todo, com uma enorme procura, já mostra que não somos tão preconceituosos assim?

Minhas filosofadas a respeito disso estão bem alem do que estou com paciência de escrever.

No fim das contas, só posso dizer que recomendo o filme!