(fonte: ultrad.com)
A visão estava comprometida, mas os outros 4 sentidos aguçaram.
Os sons eram diversos, e se misturavam como cores num papel. Som prateado da água caindo ao lado. O ruído bege do mato que era tocado pelo vento. O som da cigarra era cinza e sobrepunha o gritar rosa claro do grilo, apesar de ser possível ouvir todos os sons ao mesmo tempo.
Cheiro de planta, de água e de pele. E cheiro de pele com água e plantas. Tudo junto e misturado.
Na boca, o gosto era familiar. Está cada vez mais presente. Sentia o gosto, mas não só na boca. Sentia o gosto com todos os outros sentidos. Na boca abria uma passagem para a pele, para a nuca. Dormente e sensível, o 'paladar' era o sentido mais explorado e menos explorado ao mesmo tempo.
Mesmo que por menos tempo, a visão surge de volta, porém parcialmente. Na escuridão era possível ver pontos luminosos. A princípio, somente acima de nós. Em poucos segundos, alguns pontos deciam, e logo estavam por toda a parte... em cima, em baixo, ao lado. No fundo preto, piscavam e apareciam cada vez mais pontos luminosos. Já não sabia identificar se eram ou não reais. Se estavam ou não ali. Nós dois podíamos ver.
Sem perceber, havíamos seguido um caminho diferente, seguimos até o final... e agora estávamos no meio das estrelas.
Ei Luana, não sei se você se lembra de mim. Mas estava relendo um blog que eu tinha já faz alguns anos e você era uma pessoa muito presente. Agradeço demais pelas palavras e força que você sempre deixava pra mim.
ResponderExcluirAproveito para lhe parabenizar: como sempre, muito belas as suas palavras e a forma como você escreve.
Um grande beijo,
Helthon Andrade