sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Orange dream




Acordou as 3 horas da manhã! Levantou-se esbaforidamente, nem ao menos tirou o pijama e saiu.
O estrondo da porta acordou a vizinhança toda. As janelas das casas iluminavam-se de curiosidade e logo voltavam a escurecer.

Beatriz corria pelas ruas escuras e úmidas pelo orvalho. Sentia a adrenalina como um ácido correndo em suas veias.

Clandestinamente, entrou na fábrica de tintas que ficava no final na rua. Burlou o sistema de segurança, correu pelos corredores até encontrar a sala onde estavam os tanques de mistura de cores.

Sem pensar duas vezes, Beatriz correu pela pequena escada que levava até o topo do tanque de tinta laranja, e, após olhar com um sorriso satisfeito no rosto por alguns segundos, mergulhou dentro dele.

Nadou esquisitamente durante alguns minutos, colocou a escada por dentro do tanque, saiu de dentro dele. Torceu seus longos cabelos para que a tinta escorresse e saiu da fábrica deixando pegadas cor de laranja por todo o trajeto de retorno para sua casa, onde voltou a dormir profundamente.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

1:00 a.m. "Alô?"

Ok... Entendo-me quando simpatizo com alguém... As vezes as pessoas são tão parecidas comigo, ou pelo menos tem muitas características que eu aprecio ou tenho vontade (mas não coragem) de ter, que me sinto na obrigação de me relacionar com elas.

Sinceridade excessiva, uma ligeira grosseria, um foda-se para a opinião alheia... A maioria das pessoas com as quais me relaciono precisam ter pelo menos uma dessas características (entre outras, não citadas).

Ultimamente tenho encontrado pessoas que, incrivelmente, tem praticamente todas as características que procuro numa amizade...


Ele é uma delas... Nos demos bem de primeira, temos pensamentos parecidos, apesar de idades bem diferentes... "O santo bateu", como diria minha mãe. Viramos amigos logo, sentia falta de conversar com ele... Gosto de quem pensa como eu. As conversar fluem. É uma ótima companhia.

Mas odeio discutir com essas pessoas... As características fortes que procuro e gosto, acabam se voltando contra mim... Uma ligação de madrugada, uma resposta mal interpretada, TODA a 'ligeira grosseria' vomitada...

Amigos não deveriam entender? Ser compreensivos? Ou pelo menos OUVIR o que o outro tem a dizer?

Se me conheço bem, esse incidente de madrugada vai influenciar no dia todo...

E se o conheço bem, ele não vai ligar mais mesmo...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Aquele Recanto

Sinto, mas não entendo... Não sei o nome e nem o motivo pelo qual sinto.
Sentimento em relação a um lugar... Um emprego... Uma 'profissão'... Um prazer?

Trabalhei um ano em um lugar LINDO...

...fazendo uma coisa que eu amo! Conheci muitas pessoas. Algumas poucas que fizeram diferença na minha vida e até hoje são importantíssimas...


...mas se mantêm distantes pela falta de disponibilidade de ambos os lados... Ganhava (muito) pouco, precisava viajar 4 horas de ônibus pra ir e mais 4 horas pra voltar, passava muitos - se não todos - fins de semana longe de casa... Mas era meu MAIOR prazer! Eu AMAVA aquilo! Me fazia bem!

Problemas em casa, aqui, ali... Envolvimentos com pessoas erradas... Algumas cagadas da minha parte... Me afastei.

Estou trabalhando com outra coisa que, com certeza me rende mais dinheiro e me garante um futuro mas não me faz tão feliz quanto o outro lugar fazia...

Vejo fotos antigas, fotos de como o lugar está agora, sinto uma coisa... Não consigo explicar... Uma espécie de nostalgia, com arrependimento, com saudade...

...e eu daria TUDO pra poder voltar pra lá.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Amordaçados

Se eu fosse uma cantora , cantaria hinos que mobilizazem.
Se eu fosse uma jornalista , seria tendenciosa esquedista e revolucionária.
Se eu fosse uma universitária, seria a aglutinadora das massas que estariam jogando ovos podres nos senadores.
De que vale o acesso às massas se utilizados para se lamentar sobre suas "razões e emoções" pessoais?
Blogueiros, cantores, jornalistas, poetas, digam o que as pessoas precisam ouvir. Tirem as multidões desta hipnose coletiva.
Nada vai bem. Tem muita gente com fome, sendo espetada com agulhas, desviando o dinheiro dos impostos.
Nem virar pizza vira mais... agora é panettone...
Onde estão as FARB (Forças Armadas Revolucionárias do Brasil)?????

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Fábrica de bonecas padronizadas

Entre milhares de tragédias que os jornais fazem questão de mostrar todos os dias (além de dar um pequeno toque de exagero), hoje uma em especial me chamou atenção. Nada de muito raro e nem diferente do que vemos normalmente. Com certeza todos já viram uma ou duas notícias de mortes por cirurgas plásticas.

Sempre me vem a dúvida na cabeça e uma espécie de revolta: pra QUÊ se submeter a isso? Quando se trata de uma cirurgia médica, para ser curado de uma doença, ou evitá-la, faz todo o sentido. Mas julgo como ignorância se submeter a tamanha 'auto-agressão' por simplesmente esperar ser mais admirada pelo sexo oposto e invejada pela mulherada.

Fico PUTA com esses padrões impostos, essas modelos anoréxicas que acabam servindo mesmo como "modelo" para as mulheres, que passam a achar que só serão amadas/notadas/paqueradas/xavecadas ou o que quer que estas procurem, se tiverem o corpo igual ao da todapoderosa Gisele Bündchen.

Acho justo malhar e regular a alimentação para manter o corpo em forma, por exemplo. Mais por saúde, do que por estética.

Porém, como consequência dessa procura alucinada pelo tão desejado "corpo perfeito", as academias viraram um centro de exibicionismo master. Mulheres com minitops, minishorts ou calças hiperapertadas e os homens com o máximo de músculos exposto fazendo poses, caras e bocas.
Mais ou menos como as penas do pavão ou o cheiro exalado por algumas espécies animais para atrair o sexo oposto.

Podem achar que tudo isso é natural, instintivo, mas eu continuo achando tudo uma perda de tempo!

Mulheres com celulite, barriga, estrias, peitos des-siliconados... Mulheres de verdade! ¬¬


(Texto de 10 de janeiro de 2010)

Minha própria companhia

Odiava fazer as coisas sozinha. Insistia loucamente para que minha irmã fosse comigo ao centro da cidade, ou para que algum amigo fosse comigo ao banco... Sei lá... Não gostava de estar sozinha. Mais por medo, do que por outra coisa.

Sempre fui meio apavorada com as pessoas. Desconfiava de olhares mais longos, atravessava a rua ao me deparar com qualquer característica que eu julgasse suspeita, andava olhando para trás para ter certeza de que não havia alguém me perseguindo.
Ok... assumo que não só por medo. Tinha também  um poquinho  bastante carência.

Enfim... se não arrumasse uma companhia eu simplesmente não fazia o que eu tinha pra fazer. Deixava pra outro dia. Ficava dependendo da disponibilidade dos outros.

Há alguns dias resolvi meter o foda-se parar de ficar dependendo disso. Meti o foda-se mesmo (não deu pra evitar) e deixei de lado meus medos e minha carência e fui fazer as coisas que eu tinha pra fazer. Parei de esperar por companhia pra voltar da faculdade, parei de implorar para que os outros me acompanhassem...
E adivinhem quem eu acabei conhecendo?
Minha nova melhor amiga!

EU!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Corre que dá tempo!

Parada, após 12 horas de trabalho.

Forças apenas para digitar, para poder esvaziar o cérebro, que está transbordando de pensamentos.

Ouço o som verde limão congelante do meu idoso computador, que já completa 103 anos... Está gritando por uma eutanásia! Ele não aguenta mais viver. Mas eu gosto de vê-lo sofrendo diariamente. As vezes ele desmaia. Simplesmente apaga, sem aviso prévio. Mas faço uma reanimação nele, e fica tudo certo (apesar de ele continuar gritando).

Me vem uma imagem de um morango gigante, sendo mergulhado num mar de calda de chocolate... Mas isso não tem nada a ver com o que estava pensando anteriormente.

Na verdade, o que é felicidade? Será que alguém já teve a sensação de que essa tal dessa felicidade está sempre fugindo. E depois de alguns segundos de pensamento descobriu que, na realidade, ela está correndo esbaforidamente atrás de você, que é real o fugitivo da história?

Vou desacelerar o passo... Acho que assim ela me alcança.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sobre falatórios x atitude

Os seres humanos são estranhos... Talvez nem todos... Talvez seja cultural... Talvez sejam coisas da minha cabeça, também...

Bom, indo direto ao ponto: Eu não consigo entender as pessoas as vezes! Por que elas dizem coisas e suas atitudes mostram outras? Por que as pessoas não podem ser sinceras 100% do tempo?

Diga, PORRA! Diga o que você sente! Por mais que isso ofenda a pessoa, por mais que isso a afaste, e por mais que isso estrague seus planos de se aproveitar dela de alguma forma futuramente... Simplesmente DIGA!

Tudo seria mais simples se não tivéssemos que ficar interpretando joguinhos deturpados... Aquele 'vai-não-vai,' 'quer-não-quer!'

E o pior! As pessas que mais dizem ser sinceras, direto ao ponto, que falam tudo o que pensam sem deixar a opinião alheia influenciar, são as que mais fazem isso... Escondem pensamentos... Falam, falam, mas nas atitudes? NADA!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Festas Natalinas



Sinceramente? Odeio o Natal!

Primeiro, que não acredito na história de como originou-se.


Odeio não conseguir andar na cidade pois, TODOS os habitantes estão atrás de presentes. TUDO está lotado! O shopping está lotado, as lojas estão lotadas, as ruas estão lotadas, os banheiros também...


Depois que é uma festa em que você é obrigado a gastar todo o dinheiro que sobrou do ano todo com presentes para os seus 329847 parentes, amigos, vizinhos, colegas, chefes, empregados, cachorros e por aí vai. Além dos 10 amigos secretos que você é comunicado de que está participando:


"Oi Lu, tudo bem? Então... Ontem nós sorteamos o amigo secreto. Como você foi embora cedo, este aqui é seu papelzinho!"

Fora que, o ano inteiro, todos falaram mal de você, da sua roupa, da criação que você dá pros seus filhos, contaram todos os palavrões que você disse e fizeram questão de espalhar para o mundo o quanto você é mau educada entre outras picuinhas e, no Natal, finge-se um espírito de perdão, fraternidade e união que dura até o dia 25 de manhã que é quando, depois da reunião de família, todos comentam sobre aquele vestido ridículo que a tia Marta usava, e o decote absurdo da prima Renata, e o quanto aquela mulher do sobrinho da tia avó da sua prima bebeu etc.

Festa de falsidade, gastos asburdos de dinheiro e convivência obrigada com todos os seus parentes distantes-chatos.

Enfim!
Feliz Natal pra todos vocês! (Y)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Sonhos estranhos de madrugadas mal dormidas

Virava desesperadamente na cama. Não conseguia dormir... Estava calor. Eu estava agitada. Rolei.. rolei...

Era uma festa no primeiro andar de um apartamento. Pra falar a verdade, nem ao menos sabia de quem era o apartamento. A varanda era bem próxima do meio da rua. Rolava de tudo! Alguns amigos tinham drogas ilícitas, além de cerveja, vodka e Malboro vermelho.


Sentados na varanda, vimos um carro de polícia passar. Daqueles antigos, quadrados... De filme americano. Rimos. Não sei o motivo, mas eles não gostaram daquilo, e deram meia volta em direção à portaria do apartamento. Todos ficaram em estado de choque. A polícia começava a subir, e as pessoas colocavam as bebidas e as drogas em lugares "escondidos". Um amigo meu pediu para que eu deixasse dentro das meias. Deixei.


Os policiais entram e começam a revistar a casa toda. Depois, nós. Um por um.
Uma policial morena, com um boné já velho, gasto, pediu que eu tirasse o tênis e depois a meia. Dei um jeito de tirar sem que ela percebesse o que havia escondido lá.
Pede que eu tire a blusa. Sem jeito, obedeço. Fiquei apenas de calça jeans. Parecia uma daquelas propagandas, onde sempre as pessoas estão sem blusa.


Não encontraram nada. Abriram a porta, saíram e a deixaram aberta. H. entra por ela, olha-me com seus mornos olhos azuis sem blusa, com as mãos timidamente tampando os seios e diz o que ele realmente diria se fosse real:
"Caraalho! Que porra é essa? "

BÉEEÉEE! 6h30. Hora de ir para a faculdade.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Extremos

Extremos. Entre gargalhadas avassaladoras e baciadas de lágrimas. Entre cantaroladas no carro (sendo observada por um olhar interrogativo do carro ao lado) e escondidas de rosto no edredom que, entre meus dedos que o apertavam, abafava gritos de raiva.

Extremos de simplicidade. Um sorriso me tira do chão, me desespera de felicidade. Uma palavra mal 'entonada' me leva até a gaveta de facas num impulso de intenso ódio.
...uma respiração para desistir das ideias assassinas/psicopatas. O ódio ainda não se foi.

Extremos de carência. Em cinco minutos, 5 ligações para pessoas diferentes que, ocupadas, não podiam suprir minha falta de atenção.
Dez minutos depois, dispenso companhias. Quero ficar sozinha!


Estou numa semana de extremos.

sábado, 20 de novembro de 2010

Pijama branco

Colocou duas colheradas de macarrão num prato fundo, daqueles de comer cereal. Não sabia o motivo. Nunca havia comido macarrão naquele prato. E, por algum motivo, aquilo fez diferença nos seus pensamentos por alguns instantes. Tentava entender por que tinha escolhido aquele prato naquela noite quente.

Andou desastrosamente até o sofá, tropeçando em seus próprios pés duas vezes nesse meio tempo e sentou-se vagarosamente.

A primeira garfada resultou numa mancha de molho de tomate no seu novo pijaminha branco.

Fingiu que não viu.

Nunca mais ela comeria macarrão naquele prato de cereal.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sinto...

      Sinto como se um tornado tivesse passado do lado de fora da minha casa... O caos se espalhou pela cidade... pelo mundo. Tudo parece confuso, sem sentido, misturado. Nada está na ordem correta. Mas isso aconteceu antes de eu nascer, provavelmente. Por que, sinceramente, nada nesse mundo nunca fez sentido para mim. Sei que todos têm aqueles questionamentos 'clichês' algumas vezes na vida mas, eu? Eu não. As perguntas "De onde viemos", "O que fazemos aqui?" e "Para onde vamos?" fazem parte dos meus pensamentos diários de antes de dormir.
      Discordo do modo em que vivemos, discordo dos principios e das prioridades das pessoas, discordo dos padrões impostos ridiculamente.

Não quero ser feminina, submissa, conformada.
Não quero trabalhar com o que odeio só para ganhar mais dinheiro do que o vizinho.
Não quero casar e ter filhos.
Não quero nada disso.

Não sei. Não entendo. Só sinto.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Impressora cerebral

Uma cena. Só você viu daquele ângulo. Só você sentiu daquele jeito. Você precisa explicar a imagem que ficou fotografada em sua mente para alguem... não consegue. Há cenas que são impossíveis de descrever de forma que outra pessoa consiga imaginar exatamente igual.
Próximo modelo de ser humano deverá vir com uma impressora cerebral imbutuda para imprimir certas imagens impossíveis de descrever.


"Encostado, com uma perna dobrada encostando toda a sola na mesma parede em que estavam suas largas costas... óculos meio caídos que, por trás, escondiam mornos olhos azuis fixos nos meus. Uma garrafa de cerveja na mão, de forma indiferente e, para finalizar um sorriso malandro de canto de lábio."

Vontade de rir. Saiu da teoria minha definição para a palavra 'clichê'...?

Impossível imprimir. Por enquanto, basta tentar imaginar.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Suicídio sem explicação

Lá estava ela. Estatelada no chão. Com uma caneta enfiada na garganta na frente do edifício onde residia. Ela não tinha motivos para aquilo. Seus familiares estavam pasmos e custavam a acreditar. De dentro da sua garganta perfurada saiam luzes multicoloridas que quase impediam de enxergar a caneta bic que lá estava. Esta estancava o sangue, mas não podia impedir que aquelas luzes escapassem.

Aquela cena reuniu toda a vizinhança. Todos tentavam decifrar que luzes eram aquelas que saiam de sua glote. Era uma imagem surreal.

Apesar da multidão que se encontrava reunida naquele local, não havia poluição sonora. O local estava imerso num completo silêncio. Só se ouvia o choro inrustido dos pais da menina. Não se ouvia cochichos ou fofoquinhas.

Aos poucos as pessoas começaram a se afastar, deixando o corpo da menina sozinho. Começara a escurecer. As luzes que saiam dela, iluminavam toda a rua.
Ficavam cada vez mais fortes. Havia uma força que afastava tudo e todos de lá.

Aquilo nunca teria explicação e nem faria sentido...
...se não fosse tudo um fruto da minha fértil imaginação.

Visita inesperada

Acordei, olhei para o relógio. Eram 6h40... Tinha que levantar. Fechei os olhos novamente e reclamei mentalmente. Sentei na cama ainda meio sonolenta. Ao olhar para o lado havia um ser estranho sentado na cadeira do meu computador. Uma sereia. Tinha cabelos bem escuros, olhos mais escuros ainda, pele beeeem branca. Sua cauda era verde. Ela usava apenas uma camiseta regata branca. Olhava para mim. Esperando que eu acordasse.
Esfreguei os olhos para ter certeza de que não era um sonho! Não era. Lá estava ela. Esperando calmamente.

Seu olhar era profundo. Me amedrontava um pouco. Sua expressão passava calma, e ao mesmo tempo curiosidade. O que aquele ser estava fazendo ali? Como ela havia chegado na minha casa? Como havia entrado?

Continuei sentada na cama esperando que ela dissesse o que queria. Uma lágrima escorreu de seu rosto. Mas o sorriso leve se mantinha.
Não me disse nada. Apenas sorriu e desapareceu! Nunca mais a vi.

Sou legal, não tô te dando mole MEEEESMO

(Realmente precisei colocar essa frase super-hiper-mega-ultra-master-blaster clichê como título!)


Sou extrovertida, moleca, falo com todo mundo (mesmo que tenha acabado de conhecer), falo palavrão, falo alto, me relaciono melhor com homens do que com mulheres.

Eu vou conversar, vou falar de vários assuntos, vou falar se eu achar que aquela mulher que está passando é gostosa, vou sair com um grupo de meninos, vou jogar truco...

E isso NÃO QUER DIZER que eu esteja afim de sair dando pra todo mundo! PORRA! É muito difícil diferenciar as coisas?

Em pról dos seres azuis de outras dimensões (Pêm Pêj)

Essa história de que os ônibus funcionam a combustíveis serve apenas para esconder a real história da população.

Em todo subsolo de terminal de ônibus, há seres azuis mágicos de outras dimensões que são responsáveis por acumular mágica que faz com que os ônibus funcionem

Toda vez que um ônibus entra num terminal, essa mágica é absorvida, o que faz com que ele se mova.

Esses seres azuis, são mantidos clandestinamente trabalhando sem remuneração e vivendo longe de suas famílias. São escravos...

Vamos nos unir, juntos de mãos dadas para salvar esses serezinhos tão simpáticos!

Espécie de fobial social

É possível viver bem em sociedade? Milhares de regras impostas, milhares de personalidades divergentes e, por mais que se conviva no mesmo meio com algumas pessoas que, podem até ter sido criadas de forma idêntica a sua, estas sempre têm algo que te desagrada. E muito!
Seriam os seres humanos, uma espécia feita para viver de forma autônoma? Sem necessitar de interferências extenas? Seria possível realizar todas as atividades necessárias para a sobrevivência sem ajuda de terceiros (e quartos, e quintos)?
Talvez (e bem provavelmente) NÃO, apesar de isso me desagradar! Viveríamos muito melhor isoladamente sem ter que administrar relações complicadas de seres de personalidades múltiplas e humores repentinos.
Mas a dúvida maior surge quando penso que teria que aguentar as minhas próprias personalidade mutante e mudanças de humor SOZINHA. E também não conseguiria realizar certos "trabalhos" que garantiriam minha sobrevivência.
Ao pensar friamente chego a conclusão que o homem é como as formigas: precisam umas das outras para sobreviver e vivem em comunidade acostumando-se com conflitos e adaptando-se para que haja harmonia.

Sinceramente

Acreditar nas pessoas, mesmo sabendo que é bem possível que elas estejam mentindo, me enfraquece. Seja dar 25 centavos pra um moleque que diz precisar de dinheiro pra pegar um ônibus, seja em relações afetivas.
Ok! Todos sabemos que a desculpa do ônibus, do filho que precisa de leite, e que velho discurso "podia estar matando, podia estar roubando..." são clichês dos viciados que estão em crises fortíssimas de abstinência. Mas por que, mesmo assim, as vezes eu ainda acredito que o indivíduo realmente  precisa pegar um ônibus? Acho que o dia que um deles me falar: 'Tia, me dá uma moedinha pra comprar uma pedrinha de crack?' vou dar com o maior prazer  porque, alguém que precisa pegar um ônibus, nunca daria uma desculpa dessas. Então, não pode ser mais do que a verdade, certo?
O mesmo acontece em relacionamentos. Existem também os clichês para determinadas situações. São frases prontas de efeito: "Fale e encante". E a trouxa fica encantada mesmo.
Por que as pessoas não são sinceras sempre? Independente do que seja o assunto e das consequências que as verdades possam trazer, as pessoas teriam mais certezas antes de tomar certas atitudes. Temos tantas confusões mentais em relação a relacionamentos justamente por não saber se nossos companheiros/amigos/familiares estão sendo totalmente sinceros no que estão dizendo!
E eu tenho o grande problema de quase nunca desconfiar do que me dizem. Acredito muito que as pessoas são sinceras na maioria das vezes. E sempre acabo me decepcionando com elas no final... e mesmo assim não aprendo.

Eutanásia mental

Desligar a cabeça dos problemas pode ser uma solução? Ignorá-los pode ser a cura para os males causados pelos mesmos? Pois todos eles estão apenas lá! No fundo do seu inconsciente! E em nenhum outro lugar. Não têm forma, não tem cheiro, não têm cor. Eles não existem em lugar nenhum! Só em você! Eles provêm dos seus sentimentos, principalmente aqueles que são "auto-sentimentos", aqueles que são de você em relação a você mesmo. Como, por exemplo, a culpa. Sinto-me culpada por não passar no vestibular. Surge uma tristeza, uma raiva, uma decepção... Estressa-se, discute-se com outras pessoas por assuntos que nada tem a ver, e pronto. Aí está, saindo do forno quentinho, um enorme problema. Onde ele começou? Na sua cabeça. Em você. Se você o tivesse ignorado desde o princípio isso não aconteceria. Você o criou. Ignore-os, liberte-se deles!

Não parece que você tem um ser autonomo dentro do seu crânio? SIM! Ele está lá! O cérebro! Tomando atitudes por você, criando problemas, te fazendo ter sentimentos. /

E os animais? Não têm problemas! Por que? Porque não têm consciência.
Os seres humanos acreditam ser privilegiados por a possuírem. No fundo, a consciência é um castigo. Os seres que não tem, vivem bem, felizes, sem medos, sem problemas.
Quem não conhece a história de Adão e Eva?
Leia de novo e preste atenção:

"(...) A mulher notou que era tentador comer da árvore (...). Colheuo fruto, comeu e deu também ao marido, que estava junto, e ele comeu. Abriram-se os olhos de ambos e viram que estavam nus. Teceram com folhas de figueira tangas para si. Ouvindo o ruído do Senhor Deus (...) o homem e a mulher enconderam-se no meio do arvoredo do jardim. Mas o Senhor Deus chamou o homem, dizendo: "Onde estás? E este respondeu: "Ouvi tes passos no jardim. Fiquei com medo porque estava nu, e me escondi". Disse-lhe Deus: "E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore de cujo fruto te proibi comer?"
(...)
E o Senhor Deus disse: "Eis que o homem se tornou como um de nós, capaz de conhecer o bem e o mal. Não vá agora estender a mão também à árvore da vida para comer dela e viver para sempre." "

Então? Como castigo foi dado a eles a consciência. E ainda lhes disse que, a partir daquele momento que eles tinham a consciência, não deveriam comer da fruta da árvore da vida, pois não fazia sentido viver para sempre, se eles iriam sofrer.

Então é isso. Tudo está nas nossas mentes.

Eutanásia mental: desligar o cérebro dos problemas para evitar sofrimento.

domingo, 7 de novembro de 2010

A bomba

Caiu uma bomba na minha casa!
BUUUUUUUUUM!
Voa mãe gritando/surtando/chorando pra um lado
Voa pai resmungando pro outro
E a irmã que quase saiu pela janela!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sinestesia

Um aroma quente e de cor meio bege se aproximou... Continuei andando, fingindo não ter sentido. Os carros que alí passavam eram a única coisa que se podia ouvir... Seu som escuro não era capaz de distrair meus pensamentos que não saiam dos olhos mornos azuis. Por que estavam tão distantes dos meus? Podia ouvir os gritos de socorro saindo de dentro deles, entreabertos.

Sinto cheiro de confusões mentais voltando

domingo, 24 de outubro de 2010

Sentimento recorrente

Estava neutro... Não senti mais nada disso desde que terminou da última vez. Meu coração estava vazio! Mas eu estava bem, feliz. Sem aquilo torcendo meu coração não havia muito sofrimento.

Senti uma vez... E agora estou começando a sentir de novo. Não tão intensamente, nem tão igual, mas algo parecido. Algo mais carnal, menos sério.

TIIIIRE ESSES OLHOS AZUIS DE MIM!

Não quero sentir! NÃO QUERO!

Mas já sinto...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Bad Trip



Bastou 5 segundos depois de soltar o ar para começar a sentir de um jeito que eu nunca havia sentido antes. O Thi falava olhando pra mim, mas minha concentração parecia estar enfraquecida, frágil. Olhava para ele mas conseguia me concentrar apenas por alguns instantes. Minha mente fugia. Era como se estivesse sendo puxada com força para outro lugar e, por mais que eu me esforçasse, era impossível de impedir. Não havia energia elétrica. Odeio o escuro. Acho que isso agravou a situação
Sentei e respirei fundo! Não estava entendendo! O escuro me confundia ainda mais. Tudo se transformava numa tontura que logo virava uma perda de pensamentos de novo. Sai do quarto, lavei o rosto, e procurei ficar perto de alguém. O Thi perguntava se estava tudo bem e eu respondia involutariamente que 'não'. Só me dava conta do que tinha falado depois. A boca trabalhava mais rápido do que a mente pela primeira vez na vida. Mas isso não queria dizer que a mente trabalhava de forma lenta. Pelo contrário. Trabalhava de modo tão acelerado que era impossível acompanhar.
Fomos andando pelo condomínio e o Thi e o Langue andavam abraçados a mim. Comecei a perceber que aquela sensação não passava e aquilo me levou a uma espécie de crise de pânico. Perguntava a eles se aquilo ia passar. O que aconteceria se aquilo fosse permanente e, por pior que eles estivessem, tentavam me fazer curtir aquilo. Mas era impossível!
Parecia que tudo era um sonho daqueles que você sabe que está dormindo, mas não consegue acordar. Procurava fixar os pensamentos em alguma coisa, na ânsia de não perdê-los novamente mas, bastavam segundos para que eles fossem puxados de novo!
Aquilo não me dava prazer algum. Pelo contrário: começou a me dar cada vez mais desespero. Pensava REALMENTE na possibilidade de aquilo ser eterno e isso descontrolou ainda mais  a situação.
Do desespero, surgiu um choro. Já estava ciente de que ia precisar de ajuda médica pois aquela sensação não queria ir embora. Sentia que precisava de luz para que pudesse voltar ao normal. Chorava no ombro do Langue, enquanto andava pela rua molhada pela chuva que acabara de terminar. Ele me dava forças e afirmava com toda a certeza do mundo que aquilo ia passar logo. Mas não acreditei. Sentia-me como uma paciente em estado terminal onde o médico não iria dizer: "Você tem apenas 3 minutos de vida" por pura pena.
Após o choro, me veio uma enorme vontade de rir. Isso parece ter tranquilizado meus amigos, como se estivessem tensos pela minha tristeza. Ri tanto que perdi o ar inúmeras vezes em cerca de 2 minutos. Junto comigo, os meninos pareciam absorver meus sentimentos.
A caminhada que, na ida, havia durado 5 minutos parecia estar se prolongando por horas... Olhava para frente e parecia que estávamos chegando de onde havíamos acabado de sair, como se tivéssemos dado uma enorme volta.
Ao chegar no Dan de novo, ainda não havia passado. Não conseguia controlar minha cabeça. Era como se ela tivesse vontade própria. E, mais uma vez, o desespero aumentava.
O Langue ainda não havia me soltado. Ainda chorava um pouco. Um cara que eu nunca havia visto em toda a minha vida parece ter adivinhado o que eu estava sentindo e falava tudo que eu precisava ouvir. Dizia que eu precisava ser mais forte que aquilo! Que eu não podia deixar aquilo me dominar. E quanto mais ele falava, mais ficava tranquila. Respirava fundo, enxugava as lágrimas com a mão enquanto a outra era segurada com força por ele. O chamavam de 'Preto'. Nunca vi mais gordo. Mas parecia que ele já havia sentido exatamente igual, e isso me deixou mais calma.
A Mary chegou perto de mim e tentou me acalmar mesmo sem saber o motivo pelo qual eu estava daquele jeito. Me colocou deitada e, apesar de eu ter certeza que ela nunca havia passado por aquilo, a voz dela me tranquilizava também.
Minha mente ainda não voltara ao normal. Era certo: nunca mais eu ia voltar 'daquilo'.
Havia dois grupos de pessoas tocando e cantando músicas distintas ao mesmo tempo. O som de cada uma delas entrava na minha mente e parecia que eu podia sobrepor os sons. Não exatamente sobrepor, mas as palavra para descrever algumas sensações ainda não foram inventadas. O barulho me irritava e ao mesmo tempo eu gostava. Estava no colo da Mary que já sabia realmente o que havia acontecido e me fazia cafuné. Muitas pessoas se aproximavam e eu não sabia se estava mais confortável deitada ou sentada. Mudei de posição diversas vezes. Minha pressão parecia ter baixado. Suava frio.
A Alice e o Doido se aproximaram preocupados.
A Nina verificou meus batimentos cardíacos que eu podia sentir que estavam aceleradíssimos e tentou me distrair também!
Eu sentia que precisava de luz! A lanterna do celular da Mary ajudou um pouco, mas não era suficiente.
Não sabia responder às pessoas o que eu estava sentindo. Não havia palavras para aquilo. Entre acessos de choro alternados com gargalhadas, as pessoas ficavam cada vez mais confusas.
Parecia que estava em outra dimensão. Milhares de situações da minha vida passavam diante dos meus olhos e eu revia conceitos, amizades, ideias, pensamentos. Me perguntava porque eu fazia aquilo. Sentimentos de amor, ódio, amizade, tristeza, loucura eram mixados de forma indescritível. Todos juntos em dosagens homeopáticas.
O Preto, na tentativa de me distrair começou a conversar comigo. O que ele falava entrava na minha cabeça de uma forma que me assustava. Qualquer coisa que ele dizia era reproduzido de forma alucinante. Como se eu fizesse um filme no ar. Conseguia ver de tão consistente que era meu pensamento. Era como seu eu entrasse em transe e só fosse despertada quando alguém chamava a minha atenção.
Ao despertar uma dessas vezes, olho para cima e vejo, embaixo do guarda sol no qual eu estava, pontos verdes fluorescentes. Pensei que, se ao esfregar os olhos, continuasse vendo, era a comprovação da eternidade daquilo. Dito e feito. Continuei com os olhos fixos nos pontos esperando que sumissem. Perguntei se só eu estava vendo aquilo com MUITO medo da resposta. Para minha tranquilidade, eu não era a única. Era um inseto.
Mais uma crise de risos. Comunitária, porém puxada por mim.
Sentia muito sono. Tinha medo do que pudesse acontecer caso eu dormisse. Tentei, mas não consegui.
Nesse momento parecia que já estava daquele jeito há horas. Segundo fontes das quais não em recordo, haviam se passado 20 minutos.
Deitada por mais um tempo com pensamentos a mil. A sensação foi passando. Fui sentindo o maior alívio que já havia sentido em toda a minha vida.
Fui dormir com a mente ainda comprometida.
Ao acordar, senti medo de novo. Parecia que ainda estava com a mesma sensação que estava ao ir dormir. 'Ressaca' segundo fontes experientes no assunto.
Todos sairam e eu queria dormir de novo. Tive uma oferta irrecusável de uma cama por mais um tempo e uma companhia na hora em que eu acordasse.
Depois de duas horas de mais sono, fui acordada delicadamente e distraída com uma conversa rápida.
Amanhã estarei de volta... As viagens  de feriado sempre terminam no domingo.

domingo, 11 de julho de 2010

Dias em que o coração visita o estômago

Acho que o coração fica na barriga!

Ou pelo menos, alguns dias, ele resolve dar uma passeada por lá...

Ele acorda um dia e diz: "Ahhhhhhh, que tédio essa grade de ossos.... Não quero mais ficar olhando pra cara desse pulmão... Essa caixa toráxica está na TPM! Vou visitar o estômago! Faz tempo que eu não o vejo"

E lá vai o coração...
Você acorda sentindo algo estranho... um vazio no peito... Um embrulho na barriga... enjôos... Ééé minha gente! Eu sei que todos nós já passamos por isso! Agora tudo faz sentido pra você também, né? Isso mesmo!

Na verdade isso é uma suposição minha! A única explicação científica que encontrei pra essa sensação. Não consegui tirar essa informação dele... Meu coração é meio antipático! Ele não costuma conversar comigo.

No meu caso, essa visita está sendo mais longa! Acho que ele resolveu passar umas férias na casa do estômago!
O vazio no peito permanece há teeeeempos! O enjôo está me matando mais ainda... O embrulho na barriga? Neeeeeem se fala...

Acho que está na hora de ele voltar pra casa!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Sobre mercados e quebra-cabeças

O ser humano é curioso! Espinafre é HORRÍVEL! Mas sempre tem um cidadão que gosta! COMO? Por que as minhas papilas degustativas rejeitam o que as papilas degustativas dessas pessoas não? Aliás... Isso é uma tremenda putaria do corpo humano! Pois as papilas que rejeitam o espinafre sempre aceitam coisas gordurosas. Mais especificamente o CHOCOLATE!

Malditoooooooo seja o homem que inventou o chocolate! Tão bom! Tão cremoso, docinho, e calmante... POR QUE?? DIGA-ME DEUS! POR QUE?????
Por que não deixaste que vivessemos comendo espinafre, rúcula e abóboras? Coisas verdes (e laranjas) da natureza! Coisas que JAMAIS nos fariam ter celulite! E nos fariam saudáveis para o resto da eternidade! Além de falir os donos de academias...

Essas e outras coisas me indignam! Por exemplo, como ALGUÉM em perfeita sanidade mental pode gostar de MONTAR QUEBRA CABEÇAS? COMO?
Meu pai ganhou um quebra cabeças de TRÊS MIL PEÇAS! Mas que MERDA!
Quando eu era pequena e o brinde do Kinder Ovo era um quebra cabeça (que devia ter 7 peças no máximo) eu já ficava puta! Dava raivosamente o quebra cabeça pra minha irmã que se divertia! Imagine um quebra cabeça de TRES MIIIIIIIL peças! Praticamente infinito! Não tive paciência de ajuda-lo nem a virar todas as peças de cabeça pra cima! Imagina montar tudo aquilo! Pra no final fazer o que? Pular de alegria porque viu o desenho montado? Comprasse um quadro!

Outra coisa que me deixa PUTA é fazer compras! QUEM gosta de ir no mercado levanta a mão!? Se você levantou a mão, meu amigo, você é um MERDA!
Qual a diversão de empurrar um carrinho e ficar seguindo uma lista? Hoje estou mais revoltada com mercado... Por que? Primeiro que são raros os dias que eu uso vestido! Eu não SEI andar de vestido! Eu abaixo que nem menino, sento com as pernas levantadas... É impossível. E hoje foi o felicíssimo dia que eu acordei e pensei: 'vou sair de vestido' pra quê? Minha mãe pediu encarecidamente que eu fosse no MERCADO para ela... Lá fui eu! Reclamando mentalmente... (DE VESTIDO)! Primeira coisa que eu fiz, foi ir até a seção de verduras. Peguei UM pepino e toda a pilha desmoronou! Pensei em vários palavrões, fiz uma cara de "ops..." e abaixei e peguei UM pepino! Como se não tivesse visto os outros trinta nos meus pés... Claaaaaaaaro que minha calcinha apareceu pra todos que quisessem ver! Ok! Sai de fininho.
Qual é a lógica dessas pilhas de verduras? Alguém me explica? Eu sou OBRIGADA a pegar o pepino de cima? Mesmo que ele seja grande demais, ou esteja velho? CLARO! Se você se atreveeeeer a pegar o pepino debaixo, aquela pilha (planejada para um ataque) te ataca MESMO! E te faz passar uma puta vergonha na frente de todos os velhinhos que lá estão!

Deve ter um curso pra fazer essas pilhas... Certeza! E um dia eu ainda vou fazer! E empilhar todas as caixas de quebra cabeça do mundo! UHUL!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Torta de sentimentos

Ingredientes:

- 1 colher de sopa de ciúmes
- 1 colher de sopa de curiosidade
- 1 xícara de chá de tristeza
- 4 xícaras de chá de carência
- 2 xícaras de chá de arrependimentos
- 1 colher de chá de amor
- 1 colher de chá de confusão
- 1 pitada de ódio
- 10 gotas de essência de saudade
- Lágrimas a gosto

Modo de fazer:

Misture curiosidade com carência, tristeza e amor até obter uma massa homogênea. Acrescente o ciúme e os arrependimentos. Deixe descansar.
Depois que a massa crescer, acrescente o ódio e a confusão aos poucos
Unte uma assadeira, e jogue toda a massa. Deixe esquentar por meia hora em fogo alto.
Pingue, lentamente, as gotas de essência de saudade. Aos poucos! Para serem sentidas intensamente.
Ao final, quando notar que a receita deu errado, acrescente lágrimas a gosto.

A vida de uma garrafa pet

Mal acabo de nascer, já aparecem várias pessoas uniformizadas que começam a me transportar de um lado para o outro. Me colocam numa esteira que me leva em direção a uma máquina grande. Ao entrar, me fazem engolir rapidamente dois litros de um líquido estranho. Tem a cor preta, cheio de bolinhas de gas. Não posso reclamar... até que o gosto me agrada. Sem entender nada e, agora de barriga e boca cheia, não consigo reclamar ou questionar. Ou, quando acho que vou conseguir, a máquina lacra minha boca com uma tampinha vermelha. Acho que não querem me ver falando.

Sigo na esteira, até o final. Sem perceber, estou vestida. Me colocaram uma éspecie de vestido vermelho. Foi tão rápido que nem percebi.

Mais a frente, encontro várias companheiras. Todas vestidas como eu. Posso notar que as fizeram tomar aquele líquido preto estranho também. Estão todas cheias.
Nos separam em grupos, e passam um plástico por todas nós juntas! Ainda bem... já estava começando a ficar com medo. Pelo menos assim eu tinha com quem conversar.
As minhas companheiras de grupo me disseram que nós viajaríamos.

Nos colocam em um caminhão, no qual permanecemos por vários dias. Acabo adormecendo.
Acordo com a luz do dia. O moço do caminhão havia aberto as portas. Acho que tinhamos chegado.

Nos tiram sem nenhum cuidado de onde estávamos. Minhas companheiras todas não paravam de reclamar. Eu permanecia em silêncio! Tinha medo.

Nos colocam em algumas prateleiras em um lugar grande. As meninas que viajaram comigo disseram ter ouvido que se chamava "Supermercado". Não me incomodei. Sentei-me na prateleira. Incrivelmente, não consegui ficar lá nem por alguns minutos. Logo me tiraram de lá e me levaram para passear de novo. Dessa vez numa caixa de ferro, com 4 rodinhas embaixo. Lá dentro, conheci amigos de especies diferentes. Papel higiênico, frutas, verduras, materias de limpeza... Gostei deles. Todos muito simpáticos.

Logo me vi em uma esteira novamente. Tive medo de estar perto daquela máquina gigante de novo. Mas não. Toda vez que um habitante daquela caixa de ferro com rodinhas passava pela esteira, um som estranho surgia. Uma espécie de apito. Não parecia ameaçador.

Nos colocaram em saquinhos plásticos e, logo depois, na parte de trás de outra máquina de ferro com 4 rodas. Essa eu sabia que se chamava 'carro'.

Adormeci novamente. Acordei dentro de um lugar gelado. Com vários amigos que fiz na caixa de ferro naquele tal de "Supermercado".

Em uma semana, tiravam a tampa da minha boca, e tiravam o líquido preto de dentro de mim. O líquido acabou muito rápido. Me jogaram na rua, vazia. Virei mendiga...

Bem nesse dia choveu! Nadei pela cidade até ficar presa num bueiro. Eu e vários dos meus amigos do mercado estavamos presos lá. A água não entrava. Em pouco tempo, a rua inteira estava alagada.

Estava com medo. Não tinha o que fazer.
Com apenas alguns meses de vida, eu morri.

domingo, 4 de julho de 2010

Apenas um dos velhos preconceitos

Profissão. Trata-se de uma atividade exercida por uma pessoa com fins lucrativos, certo? Na maioria da vezes, essa atividade é escolhida por prazer, satisfação pessoal, ou seja, algo que a pessoa goste de fazer, ou por ser aquilo que a pessoa faz melhor, tem mais 'habilidade' para desenvolver.

Pois bem, qual o problema com as pessoas que ganham dinheiro com sexo? Apesar de no Brasil, o trabalho das prostitutas não ser mais visto como um crime ou um descumprimento da lei, ainda há um enorme preconceito contra elas.

Com a lei que permite que as 'mulheres da vida' contribuam para o INSS e, assim, possam se aposentar, e com a legalização dessa profissão, o ministério da saúde conseguiu estabilizar o número de infectados com o vírus da AIDS, o que é um aspecto muito positivo para o país, que sofria com o aumento gradativo dessa doença, e não conseguia ter controle do número de doentes.

Mas, apesar ter se tornado uma profissão pela visão da lei, ainda há uma enorme discriminação contra as meretrizes.
O que há de errado em usar o corpo para ganhar dinheiro, quando não se está fazendo mal a ninguém, não está obrigando ninguém a nada, não se está roubando e essa é a forma de renda encontrada e um modo de sobreviver?

É um preconceito absurdo, atrelado ao - já comentado aqui anteriormente - 'puritanismo barato', onde o sexo é tratado como um pecado e evita-se falar do assunto como se fosse um absurdo e um ato cometido apenas por pervertidos, quando não passa de uma coisa natural de qualquer ser humano.

Se a mulher gosta daquilo que faz, não se importa com o parceiro, e trata aquilo como um trabalho realmente, desde que se proteja e evite espalhar as tão temidas DST's, não vejo nada de incomum.

Deveríamos dar mais valor para as pessoas, independente do que essa faz com seu próprio corpo e parar de julgar os outros de acordo com nossos próprios preconceitos.

Consciência



É só colocar os olhos sobre essas manchas pretas que formam letras e palavras que surge uma voz na sua cabeça. Ah! Se assustou? Pois é. Ela sempre esteve aí.
Tente lembrar. Diariamente você mantem diálogos sobre os mais diversos assuntos com essa voz. É ela que te ajuda a tomar suas decisões mais difíceis. É ela que te ajuda a ensaiar o que dizer naquela conversa importante. E é ela que diz: "Não faça isso! Não vai dar certo!" e você nunca ouve.

Porém é ela que diz: "Vá! A vida deve ser vivida intensamente" quando você está em dúvidas sobre pular de paraquédas ou não, por exemplo. É ela que te convence de cometer as loucuras mais loucas e perigosas e depois ri internamente da sua cara de envergonhado.

O dilema é descobrir se essa voz é sua amiga ou sua inimiga.

('Repostado' de Festa na Prisão)

sábado, 3 de julho de 2010

A corrida

Foi muito tempo de preparação. Era uma corrida na qual os concorrentes eram muito fortes. Parecia que estavam todos muito mais preparados do que eu! Me deixavam claro o quanto era necessário que eu chegasse antes de todos deles. Esse era o único assunto no qual se falava. Não se ouvia outra coisa. Aquela pressão me deixava preocupada. Preocupada apenas com a minha própria possível decepção e, consequentemente, com a única chance que eu tinha de 'viver'.
Na hora, nem havia me dado conta que aquele era o momento. Senti algo como um 'impulso' que me forçava a partir. Aquela 'corrida' era a mais importante. Decidia todo o meu futuro! Dei tudo de mim! Em alguns momentos me senti exausta e com vontade de desistir. Mas não podia! Retomava minhas forças e continuava.
Olhava para trás e via que todos estavam quase me alcançando. Tinha muito medo de não conseguir. Caso isso acontecesse, seria o fim!
Era a reta final. Podia me ver lá!
E, por mais incrível que pudesse parecer, eu havia vencido!
Olhava para todos que ficaram para trás. Apenas eu havia conseguido! O desespero alheio não me preocupava. Naquele momento pude descansar.
Lá de dentro, eu podia ver os outros se perdendo. Não tinha sentimento em relação a eles. Nem pena, nem nada.
Depois de nove meses despertei de um sono profundo.
Chorava involuntariamente e sem motivo...
Daquele momento em diante, passaram a me chamar de Luana.

('Repostado' de Festa na Prisão)